Thursday, April 8, 2010

Claude Henry de Saint-Simon




 SAINT- SIMON


                  
    Claude-Henri de Rouvroy, Conde de Saint-Simon, nascido em Paris, no dia 17 de outubro de 1760. Foi um filósofo e economista francês, um dos fundadores do socialismo moderno e teórico do socialismo utópico.
         
   Saint-Simon se dizia sobrinho do Duque de Saint-Simon, memoralista do século de Luís XIV. Aos dezessete anos entrou para o exército, onde combateu como capitão da artilharia em Yorktown na Guerra de Independência dos Estados Unidos, de 1779 a 1783.
    Em seu retorno a França, abandonou o título de nobiliárquico e aderiu à revolução. Foi contra a violência revolucionária, pois foi preso durante a fase do Terror (Revolução Francesa). Após sua participação na Revolução, fundou o jornal L'Industrie. Acabou criticando o Iluminismo, pois dizia que não ia a fundo às condições históricas e sociais da sociedade.
    Durante a Revolução Francesa, permaneceu na França, vivendo de recursos emprestados por um amigo. Comprou por baixo preço terras recentemente nacionalizadas pelo governo revolucionário. Esteve preso no Palácio de Luxemburgo  mas, tendo sobrevivido ao Reinado do Terror, achou-se enormemente rico com a grande valorização de seus bens. Passou a viver uma vida de esplendor e prazeres, recebendo pessoas proeminentes de todas as áreas de atividade, em seus luxuosos salões. Os gastos desordenados o levaram, dentro de alguns anos, à beira da falência, onde por um acesso de desespero tentou matar-se com uma pistola mas conseguiu somente perder um dos olhos.

    Aos 40 anos voltou a estudar na Escola de Medicina e na Politécnica. Só em 1802 começou a escrever sobre Política, Filosofia e Economia, e no mesmo ano publicou seu primeiro trabalho, no qual trazia a concepção de uma nova religião.
    De 1805 a 1810 passou por sérios problemas financeiros, indo morar com um ex-empregado, mas ainda continuou a escrever formando um grupo fervoroso denominado Saint-simonista, do qual muitas pessoas influentes como Auguste Comte, Barthélemy, Prosper, Enfantin e Saint-Amand Bazard participaram.
    Mesmo sendo contra a Igreja, possui algumas obras de inspiração religiosa. Nesse final de sua vida obteve uma vida tranqüila economicamente, graças às pessoas que participavam de seu grupo, até sua morte.
    Considerado um notável socialista utópico, durante toda sua vida Saint-Simon devotou-se a uma série longa de projetos e publicações com que procurou ganhar apoio para suas idéias sociais. Como um pensador, se diz que faltava a Saint-Simon sistema, clareza e coerência, mas sua influência no pensamento contemporâneo, especialmente nas ciências sociais, é reconhecida como fundamental. Aparte os detalhes de seu ensinamento socialista, suas idéias principais são simples e representaram uma reação contrária ao derramamento de sangue da revolução francesa e do militarismo de Napoleão. Propôs também que os estados da Europa formassem uma associação para suprimir a guerra. Haveria uma Europa unida, com um parlamento europeu e um desenvolvimento comum da indústria e da comunicação. Previu corretamente a industrialização do mundo, e acreditou que a ciência e a tecnologia resolveriam a maioria dos problemas da humanidade.

     A contribuição grande de Saint-Simon ao pensamento socialista foi sua insistência no dever
do Estado de planejar e organizar o uso dos meios de produção de modo a se manter continuamente a par das descobertas científicas, e a sua insistência na função de governo dos peritos industriais e administrativos, e não dos políticos e dos meros "homens de negócio". Conforme à sua oposição ao feudalismo e ao militarismo, Saint-Simon advogou um esquema segundo o qual os homens de negócios e outros líderes industriais controlariam a sociedade; propunha uma ditadura benevolente dos industriais e dos cientistas para eliminar as iniqüidades do sistema liberal inteiramente livre. A direção espiritual da sociedade estaria nas mãos dos cientistas e engenheiros, os quais assim tomariam o lugar ocupado pela Igreja Católica Romana na idade média européia.

    O que Saint-Simon desejava, em outras palavras, era um estado industrializado dirigido pela ciência moderna, no qual a sociedade seria organizada para o trabalho produtivo pelos homens mais capazes. O alvo da sociedade seria produzir as coisas úteis à vida. Suas obras revolveram em torno da idéia de que sua época sofria de um individualismo doentio e selvagem resultante de uma quebra da ordem e da hierarquia.          Mas afirmava que a época continha também as sementes de sua própria salvação, que deviam ser buscadas no nível de crescimento da ciência e da tecnologia e na colaboração dos industriais e dos técnicos que tinham começado já a construir uma ordem industrial nova. A união do conhecimento científico e tecnológico à industrialização inauguraria o governo dos peritos. A nova sociedade não poderia nunca ser igualitária, Saint-Simon sustentava, porque os homens não foram dotados igualmente pela natureza. Saint-Simon não era um "igualitário" estrito, um sentido em que parte de seus seguidores haveria de radicalizar suas idéias.


    Saint-Simon é considerado um dos fundadores da Sociologia, que estaria sendo sustentada por duas forças opostas: orgânicas (estáveis) e críticas (mudam a história). Só a sociedade industrial poderia acabar com a crise que a França passava. Este autor ainda marca a ruptura com o Antigo Regime. Para Saint-Simon, a Política era agora a ciência da produção, porém a Política vê seu fim com a justiça social.

    A obra principal de Saint-Simon é New Christianity (Novo Cristianismo), (1825). Nele declara que a Religião tendia a melhorar a condição de vida dos mais necessitados. Ele morreu no ano da publicação desse livro, no dia 19 de maio. Em três anos seus seguidores tinham desenvolvido o que podemos chamar de um culto quase religioso baseado na interpretação das suas idéias, e difundiram as suas idéias através da Europa e América do Norte, influenciando socialistas e outros românticos do início do século XIX, como Sainte-Beuve, Victor Hugo e George Sand.
 Outras de suas obras:
        1802 - Lettres d'un habitant de Genève à ses contemporains;
        1803 - Un rêve;
        1807 - Introduction aux travaux scientifiques du XIXème;
        1810 - Esquisse d'une nouvelle encyclopédie;
        1813 - Travail sur la gravitation universalle;
        1814 - De la réorganisation de la sociéte européene (em colaboração com A. Thierry);
        1813-1816 - Mémoires sur la science de l'homme;
        1817 - L'industrie ou discussions politiques, morales et philosophiques, dans l'intérêt de tous les hommes livrés à des travaux utiles et indépendants;
        1819-1820 - L'organisateur;
        1821 - Le système industriel;
        1823 - Le catéchisme des industriels;
        1825 - Opinions littèraires, philosophiques et industrielles.

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