Friday, April 30, 2010

O Homem de Lata Brasileiro

Este texto não é meu, recebi por e-mail e resolvi colocá-lo no blog para fomentar algum tipo de discussão acerca de certos discursos contra a burguesia e constante reclamação por parte de empregados em relação aos donos de empresas.
O discurso diz que, via de regra, o empregado é o coitadinho explorado pelo patrão e ponto final, o texto abaixo estende o assunto  e mostra que o ciclo vai além deste "ponto final", e que o empregado sofre, no final das contas, o reflexo das imposições feitas pelos verdadeiros donos da fábrica Brasil, os patrões dos empresários.
Generalizei e ressalto que isto não refere-se a todas as empresas do país, há sim as que exploram, mas não são todas.
Continuo convicto de que o empresário ganha da exploração do serviço do funcionário, isto é fato aceito pela sociedade que discorda mas prefere assim ao desemprego ou mesmo ao empreendedorismo, mas vejamos quem é o verdadeiro culpado desta eterna insatisfação, a sociedade somos nós, vivemos na democracia e escolhemos aqueles que decidem por nós... - temos o que escolhemos, deveríamos estar felizes.

 vamos ao texto:


Inicialmente o conto de Oz quis deixar a entender que o Homem de Lata:

•Era uma criatura e não uma pessoa,
•Era endurecido por fora, pois era de lata,
•Era metálico, nem sempre brilhante,
•Era de ferro e por isso enferrujava,
•Possuía pernas, mas não possuía liberdade,
•Era provido de vida, mas não de amor,
•Não tinha coração.

No decorrer do conto, percebe-se que na verdade ele:

•Era uma pessoa e não uma criatura,
•Era endurecido, mas não pela carcaça metálica e sim pela vida
•Desejava uma coisa mais que tudo, poder amar,
•Não podendo amar, como poderia ser amado e respeitado.
•Mas, no fundo, ele era o que mais amava e respeitava os outros
Por diversas vezes o EMPRESÁRIO BRASILEIRO verdadeiramente sente-se como o Homem de
Lata, do conto de Oz, totalmente desprovido, mas não só de coração, como no conto, mas
sim de tudo, de coração, de alma, de esperança e até de respeito próprio, tira da boca
para dar aos outros, mas quando solicita algo, normalmente recebe um não.
Abrir uma empresa, no Brasil, seguindo as mais básicas recomendações do
empreendedorismo, é uma trágica aventura com fim anunciado, já na largada.
Muitas pessoas decidem enfrentar o desafio de montar o tão sonhado negócio, e se tornar
um EMPRESÁRIO, ora por sentirem-se preparadas, após profundos estudos de mercado,
pesquisas e aconselhamentos, ora por não terem uma alternativa que não seja esta para
poder trabalhar. Ao fazerem isso entram em um mundo novo, literalmente desconhecido,
onde a Lei de Murfy prevalece quase que sempre, ou seja, “aquilo que pode dar errado,
por menor que seja a possibilidade, logo, muito em breve, dará.”
O conto do Homem de Lata Brasileiro inicia assim, veja o exemplo abaixo, esse é apenas
um de tantos existentes no Brasil afora:

Uma senhora de idade mediana, com estudo médio, muita experiência e força de vontade de
sobra para trabalhar, decide abrir o seu salão de cabeleireiro e manicure. Transforma o
terreno baldio (chamado de pátio), aquele que tem no fundo de casa, em uma pequena
Empresa de Prestação de Serviços. Monta a tão sonhada empresa formal, como nota fiscal e
tudo, depois de bater cabeça de um lado para outro.
Ou seja, ali não havia absolutamente nada, nada era feito naquele local, não havia um
negócio, não havia ninguém trabalhando e a possibilidade de continuar assim era
tremenda, no entanto, a Empresária resolve investir e trabalhar, usando o único espaço
que possuía e estava livre no momento, sem pedir absolutamente nada para ninguém, sem
financiamento bancário ou empréstimo, sozinha mesmo.
Vende um carro, junta as economias familiares, o dinheiro do salário do marido e levanta
um “puxado”, que chama de galpão, compra tudo novo, desde os mais simples objetos,
espelhos, tesouras, escovas, pentes, secadores, etc, até aquela enorme e cara máquina,
que mais parece um sofá, para lavar a cabeça e os cabelos dos clientes. Coisa de
primeiro mundo, tudo novinho.
Ao começar a trabalhar, sua experiência e qualidade de serviços salta aos olhos, os
clientes começam a ter que marcar hora e o dia, que só tem 24 horas, fica curto, tem
muito trabalho.
Neste momento existe a necessidade de contratar “colaboradoras” dispostas a fazer um
“bico temporário” para “ajudar”, pois só querem “juntar um dinheirinho” e já que não tem
emprego, “vamos lá, vamos trabalhar”. A Empresária abre novos horários de atendimento e
a agenda volta a ficar livre, como existe a necessidade de pagar o “bico das meninas” e
as contas do mês, já que e as pessoas estão ali para trabalhar, nada mais natural que
anunciar novamente a disponibilidade de horário.
Novos clientes começam a chegar, pois o serviço é bom e de grande qualidade,
principalmente por ser artesanal e especial, este ciclo de prosperidade acontece até
determinando ponto.

O ponto em questão é que, deve haver alguém exclusivo para administrar este negócio,
controlar a agenda, organizar as coisas, cuidar dos horários, pagar as contas,
principalmente as referentes a matérias-prima, energia, funcionários, impostos e do
negócio em geral, contador, advogado e limpeza. O negócio cresceu e cresceu rápido.

A pessoa mais indicada para isso é a EMPRESÁRIA, a Patroa que ha pouco tempo, não sabia
fazer outra coisa que arrumar os cabelos e as unhas das clientes, sem falar, que não
sabia o que fazer com aquele terreninho sujo e baldio no fundo da sua casa, tinha um
carro próprio e um pouco de dinheiro na poupança, até abrir o seu negócio.
Esta empresária, deve se ajustar, aprender, estudar muito, descobrir como fazer as
coisas, fazer cursos e mais cursos de qualificação, controlar as despesas, atender aos
clientes, os vendedores e fornecedores que aparecem todos os dias ofertando novos e
modernos produtos de beleza, cada vez mais caros, cobrar que todos trabalhem, chguem na
hora certa e façam a coisa certa, com qualidade, como se isso fosse uma coisa de outro
mundo. Tem que explicar que todos vivem daquilo e que não pode dar errado, ou seja,
trabalha muito, trabalha duro e trabalha demais.

Ela até tem que convidar mais uma pessoa para fazer o que ela fazia, porque agora não dá
mais tempo de atender as sua clientes pessoais, nem se dá conta de que não gosta de
fazer isso, só gostava de atender, escovar e fazer as unhas. “Imaginem, uma empresa, no
meu terreninho que estava parado e sem serventia nenhuma ...”.

Não demora muito, percebe que está fazendo uma coisa errada, como é uma pessoa séria e
deseja andar dentro da Lei, tem que assinar a carteira de trabalho das convidadas,
aquelas do “bico”, e assim “ajudar a todos”, sendo que normalmente esta solicitação vem
das próprias colaboradoras que desejavam apenas fazer um “bico”.

Neste momento, descobre que os encargos trabalhistas são elevados, muito elevados, quase
proibitivos, mas deu a sua palavra e sabe como é, palavra de patrão não pode voltar
atrás. O preço do serviço, no salão, tem que aumentar para atender a esse novo e caro
compromisso trabalhista, e o pior de tudo, que o aumento não deve ser pequeno.

Para minimizar os custos, decide comprar alguns produtos para revender no salão, mas
também descobre que para isso a tributação é diferente e os impostos relativos a esta
modalidade são mais altos, novamente tem que aumentar o preço do serviço para poder
atender aos impostos e encargos. Antes disso, tenta aumentar as horas de trabalho, para
atender a mais clientes, faturar mais, e descobre que existem as chamadas horas-extras,

devem ser pagas e que estas são bem mais caras do que o normal, por isso, aumenta o
preço do serviço mais uma vez.
Aquelas clientes mais antigas, as mais fiéis, começam a reclamar.
Numa dessas, no meio deste tiroteio, inventa um creme que é algo sensacional, as
clientes começam a pedir para levar para casa e querem comprar a qualquer custo, porque
é “bom demais”. Empolgada com tantos pedidos e afoita para vender, descobre que não é
mais um prestador de serviços, nem um revendedor de produtos, mas sim, agora é uma
fábrica. “Puxa uma fábrica, quem diria eu terei uma fábrica ...”.

Descobre que para tal, deve ter que alterar a documentação da empresa novamente, gastar
dinheiro, contratar mais gente para produzir o produto em escala, comprar maquinário, se
enquadrar dentro das exigências legais, trabalhistas e ambientais (o que é isso?), pagar
mais encargos e muito mais impostos, “Virou tudo imposto ....”.

Lá se vão quase quatro anos de muito trabalho árduo e duro, mas ainda não conseguiu
ganhar dinheiro. Sente-se uma verdadeira empresária. Pára e observa o que conseguiu
fazer naquele terreninho baldio, imundo e abandonado do fundo de casa, pensa “porque não
pensei nisso antes, daqui a pouco tempo, poderei até me mudar daqui e aumentar o negócio”.
Com o passar do tempo, inevitavelmente consegue prosperar, no entanto, esta prosperidade
ainda não é sólida, pois conquistar mercado é relativamente fácil, manter este mercado,
por um logo tempo, é que é difícil, ainda mais com uma idéia nova.
Descobre que não se consegue isso NA VELOCIDADE QUE SE NECESSITA.
Aí começam os problemas, pois os compromissos não esperam e devem ser cumpridos. As
contas chegam todos os dias, devem ser pagas e o faturamento, às vezes, não acompanha,
não dá, não chega, não é o suficiente e mesmo com as despesas totalmente controladas,
não sobra nada e mal se consegue pagar os compromissos, pois cresceu muito rápido e o
capital é limitado.
Por ser formal, não há como escapar, tem que emitir nota fiscal. Por ter emitido uma
nota fiscal, tem que pagar o referido imposto, afinal tem que andar dentro da Lei, caso
contrário o fiscal da prefeitura pode chegar e complicar a vida, tudo isso para gerar um
pouco de trabalho e usar aquele maldito terreno abandonado (que complicação), gerar um
pouco de riqueza e proporcionar um emprego formal para todos, dando ou não dando lucro,
geralmente dá é prejuizo.
Neste meio tempo, seu filho que é metido a “computeiro”, contata uma empresa do outro
lado do mundo e envia uma amostra do creme mágico ao um cliente, este aprova o pedido e
emite um enorme pedido para ser entregue logo. “Imagina mãe, vamos exportar, nós vamos
exportar..., que maravilha”.
Descobre assim que para exportar existe uma tremenda burocracia, deve estar cadastrada
em órgãos especiais e trabalhar com um banco de primeira linha, que após o embarque,
mesmo estando o pagamento do produto já assegurado pelo cliente, este só chegará em suas
mãos dias após a entrega da mercadoria, vários dias,, tem que contratar um agente
exportador para cuidar da papelada e isso custa caro, já que o Contador da Empresa, não
é habilitado para trabalhar com exportação, que os referidos créditos da exportação
nunca virão, que meterão a mão no seu bolso. Falta dinheiro para tudo isso, mas eu quero
exportar.
Se o dinheiro não alcança e não dá mais para aumentar o preço do serviço, isso porque
apenas existe um desequilíbrio financeiro no negócio, ou porque existe uma necessidade
imediata, que outra opção a não ser, pegar um empréstimo ou um financiamento bancário,
"O que tem demais, todo mundo faz...", Este será só para ajustar o fluxo de caixa e
proporcionar um alento a todo o negócio, que vem crescendo sem parar a quase quatro
anos, “Haja dinheiro para agüentar esse violento crescimento. É só até que tudo se
normalize. Apenas isso, mais nada, afinal nunca se necessitou de dinheiro extra. Só para
aliviar a pressão e trabalhar em paz”.

Descobre que naquela instituição que ela aplicava seus recursos na poupança, ha décadas,
e recebia um rendimento mensal mínimo, agora está cobrando uma taxa proibitiva, elevada,
cara e demasiadamente injusta, para lhe emprestar o dinheiro, mas fazer o que? Não pode
deixar o negócio cair, imagina, tem que pagar as contas. Pega o empréstimo e, pela
primeira vez na vida, sai de um banco devendo muito, não sabe como irá pagar se alguma
coisa der errado.
E adivinhe, dará e não será apenas uma, serão várias!
Nos meses seguintes, aumenta o preço das matérias primas importadas, dos juros, entra o
dissídio coletivo da categoria, aparece o sindicato, vem o fiscal e exige um monte de
coisas e melhorias, entra uma nova lei, um doido enterra uns aviões numas Torres que são
chamadas de Gemias, e estas estão do outro lado do mundo, toma um calote de um cliente
que entrou em crise, a tal da Crise Financeira Internacional, aumenta o preço da
energia, do óleo diesel e do gás, ou seja, da energia como um todo e o aumento não é
pequeno, isso porque o barril do petróleo subiu, e quando cair não irá baixar, aumenta o
valor do dólar, diminui o valor do dólar, aumentam os custos básicos, iniciam as
eleições (pois é ano eleitoral), seu produto encontra um concorrente asiático, que está
torrando o preço (subsidiado pelo governo dele) para poder entrar no mercado nacional e
decidiu iniciar justamente na sua região, é assaltada na calçada, o filho bate o carro,
o marido fica desempregado, ou, ela mesma, fica com uma tremenda dor de barriga e tem
que ser operada, tamanho é o estresse disso tudo.
E agora? Quem vai cuidar do negócio? Quem vai cuidar do Salão, da Revenda e da Fábrica?
Quem vai saldar os compromissos e pagar o empréstimo? Quem vai lutar pelo faturamento?
Quem e como iremos pagar os fornecedores, os funcionários e os impostos? Quase
enlouquece de tanto pensar e bolar estratégias para manter o negócio vivo.
A esta altura já aprendeu que, quando o faturamento não acontece, não entra dinheiro.
Quando não entra dinheiro, não se consegue pagar as contas em dia. Quando não se pagam
as contas em dia, iniciam os atrasos, primeiramente nos compromissos de curto prazo,
contas básicas e fornecedores, posteriormente nos compromissos fixos tais como salários,
contas fixas em geral, impostos ou nos encargos. Todos estes em algum momento, não são
pagos, mas esta inadimplência não é porque ela não quer pagar, mas sim porque não
consegue mais pagar, já que os impostos fazem parte das contas. Ela nunca havia deixado
de pagar nada a ninguém, pois deixava de comer e de se divertir para pagar os seus
impostos.

Descobre que quase 40% do que fatura é imposto, se apavora...
Mas, tudo é válido, afinal temos que manter o negócio, atender aos clientes, lutar
contra os concorrentes, pagar o empréstimo, os funcionários e as contas do mês.
Descobre que, pela primeira vez é Protestada, está num órgão que possui uma “lista negra
de devedores”, órgão este que tem mais força que qualquer um neste País, tem o poder de
não a deixar comprar mais nada a crédito, que perdeu todo o seu crédito, que não a deixa
mais pegar empréstimo e que não quer nem saber, carimba mesmo.
Também aprende que quando não se consegue pagar os impostos, os empresários são tratados
e considerados verdadeiros “bandidos”, pois para alguns, são apenas criaturas pagadoras
de contas e ninguém mandou ter um negócio no Brasil, bem feito.
Descobre que não tem direito a nada e não tem benefício nenhum, férias, 13 salário,
salário, renda e sequer tem o direito de ganhar dinheiro, pois um empresário ganhar
dinheiro é um “pecado” no Brasil, isso quando ganha, é claro.
Descobre também que dos que não pagam seus impostos, no Brasil, respondem processos
criminais e, normalmente, são condenados, pois não deveriam sequer comer ou respirar,
antes de pagar os seus impostos.
"Imagina, eu uma pequena e humilde empresária, dona de um salãozinho, de uma pequena
revenda e de uma fabriqueta, uma bandida”
Por último, se dá conta que este é um caminho sem volta e que aquele maldito e infeliz
terreninho atirado, no fundo de casa, cheio de lama, mas lindo de doer e que até tinha
bastante espaço, não é mais seu, nem sequer a casa onde estava o terreninho e o próprio
negócio (o salão) o é, perde tudo.
Perde até a dignidade e o respeito próprio, anos de economia e ainda por cima arrumou
dívidas, passivo (uma palavra bonita para contas) e surge até um tal de passivo oculto
que irá lhe perseguir por décadas.

Os clientes vão embora dizendo, “Bem, eu não ia mais vir aqui mesmo, ainda bem que faliu
... fazer as unhas onde a proprietária atrasa os salários, não paga os impostos e é uma
bandida, como irei fazer os cabelos ou comprar alguma coisa de dali? Nem pensar. Vou
procurar outro. Não tem mais aqueles produtos de primeira linha, como antes.”
Aquela menina que fazia um pequeno “bico para ter um dinheirinho” começa a falar em 13º,
férias, acordo, abono, demissão, faltas, “seus direitos”, apresenta um tremendo mal
humor no trabalho, irrita-se facilmente, não dá para pedir nada e está toda cheia de
exigências, isso quando não bota atestado para não trabalhar, mas não pede demissão,
pois daí “perde os seus direitos”, e sai por aí dizendo, se quiser que me demitam,
fazendo a empresária se perguntar:

“Mas afinal, quem é que trabalha para quem aqui?"
Descobre que o advogado é o funcionário (sim, o funcionário) que mais trabalha na
empresa e o que mais ganha também. Depois de tanto sofrer decide, “Vou desistir, vou
parar com tudo ou vou morrer fazendo isso!”. Desta forma, desiste de tudo, manda todo
mundo embora, fecha as portas e, principalmente, descobre definitivamente que perdeu
tudo, não tem mais onde morar, não tem mais negócio, amigos, parentes, clientes e
crédito, sequer para recomeçar, sem falar que está respondendo a processo crime, pelo
não pagamento das rescisões trabalhistas, outro processo pelo não pagamento da
diferença, da diferença, de alguma coisa, que um dia foi dito que ela devia, e que ainda
terá que se defender judicialmente, pois está devendo um monte de juros sobre juros
sobre juros, dos impostos e do empréstimo adquirido para poder exportar e trabalhar, só
que agora não tem mais o advogado para auxiliar, este está em audiência em outra praça.

Tudo isso é referente aquele “pequeno negocio” que colocou sobre o maldito terreninho,
baldio e abandonado, que tinha nos fundos de casa, com o auxílio das “meninas”, que só
queriam fazer um bico, para ganhar um dinheirinho extra e do meu filho que conseguiu
exportar um produto inovador e único inventado para embelezar e melhorar a vida das
pessoas.

O conto do Homem de Lata Brasileiro termina assim. Só e deprimido!
Sem coração, sem alma, sem crédito e sem esperança de mais nada.
Abandonado, envergonhado e desacreditado por todos, um mendigo!
O que fez de bom, ... já foi ... agora só resta a solidão.

Insistentemente tentou, e até conseguiu por um dado tempo, ajudar aos outros e a sí
próprio, trabalhar, gerar riqueza e renda coletiva, inventou um produto espetacular,
após meses e meses de pesquisa árdua, sem a ajuda de ninguém, investiu seus recursos
próprios mínimos, para poder trabalhar, sem falar que trabalhou como um animal, sem
direito a absolutamente nada, nenhum reconhecimento mínimo que seja, por todo este
esforço e dedicação. Ainda querem que se afaste sorrindo e seja feliz. Como é possível?
Não tem renda, nem para sobreviver, não tem absolutamente nada, perdeu tudo.

Assim é a vida do empresário brasileiro, o verdadeiro Homem de Lata.
Abrir uma empresa, no Brasil, seguindo as mais básicas recomendações do
empreendedorismo, aquele que por meses apareceu na televisão sendo insentivado pelo
governo e pela mídia, é uma trágica aventura, com péssimo fim anunciado já na largada.
Agora, por mais incrível que isso possa parecer, fechar ou desativar uma empresa no
Brasil consegue ser pior ainda. Mas daí é outro conto, outra história.

Em média, no Brasil, uma empresa não dura mais do que cinco anos.
Quanto maior é o grau de estudo do empresário, maior é este tempo.
Definitivamente, com esta elevada carga tributária, mais cedo ou mais tarde, o negócio
vai morrer.
REFORMA TRIBUTÁRIA JÁ.
Qualquer semelhança é mera coincidência.
O ministério saúdes recomenda:
Pense bem antes de abrir uma empresa e ser empresário.
Não dirija uma empresa, nem sóbrio e nem bêbado.
______________________________________________________
Nota Adriano:
Não sejamos assim tão pessimistas ...

Friday, April 23, 2010

Marcelo Resenbaum (Arquiteto)

A Suvinil, marca de tintas imobiliárias da BASF, promoveu ontem uma palestra exclusiva com o designer Marcelo Rosenbaum durante a Casa Cor Santa Catarina. O evento foi realizado para os arquitetos e colaboradores da mostra no auditório da Associação de Ensino de Santa Catarina (Assesc), em Florianópolis. Mas foram convidados alguns alunos do curso de Mídia Eletrônica para participar da palestra. Convidado pela marca, Rosenbaum falou com exclusividade dicas de decoração e efeitos decorativos, mostrando seus trabalhos até hoje, e neles as tendências atuais dos seus projetos como: maneiras práticas de renovar os ambientes com as tintas Suvinil para obter espaços sofisticados, modernos e diferenciados. Ao contrario do nosso colega, deixei a publicidade, o poder da TV, de lado por um momento e direcionei-me a analisar os trabalhos dele, independente do que ele estava querendo passar. A criação, a transformação dos materiais comuns a um móvel ou objeto sofisticado e bonito. Encantei-me com o trabalho feito, independente que tenha a TV por trás. Não é por que, como o colega cita, “uma pessoa que claramente foi criada e moldada de acordo com os interesses da TV”, que não podemos admirar um talento. Até porque admiro as idéias, a criatividade, o empenho, a interação, etc. Enfim o trabalho exercido.

Thursday, April 22, 2010

Palestra do Marcelo Rosenbaun (arquitedo Lar doce Lar)

Diretamente do auditório da ASSESC desabafo:
A julgar pelo que ouço, a Rede Globo doutrina até seus empregados..... a impressão que tenho é de estar assistindo um programa de auditório da Globo, o problema é que neste momento faço parte do auditório e a pesar da vontade de contradizer tudo que estou ouvindo, esta é uma apresentação de mão única e não tenho o direito de contestar as idéias que são metralhadas por uma pessoa que claramente foi criada e moldada de acordo com os interesses da TV, com um discurso populista, poderia dizer até Lulista, mostrando o ponto positivo de suas ações e escondendo o borrão da realidade, lavando as mãos como se sua responsabilidade social estivesse plenamente cumprida.
Encerro este comentário com uma frase dita a pouco pelo arquiteto:
"TV (globo) é educadora do povo....  " referindo-se a influência exercida pela TV.

Saturday, April 17, 2010

Sobre Darwin e Deus

Bastou ser noticiado que na semana passada foram encontrados dois fósseis com idade de um milhão e novecentos mil anos, para Darwin voltar à cena. Estes esqueletos segundos os especialistas, pertenceriam a classe dos Australopitecus o parente mais próximo da espécie Homo sapines, a qual nós pertencemos. Os canais de TV que costumam exibir documentários aproveitam, para falar sobre o criador da teoria da Evolução das Espécies. Inevitavelmente volta da polêmica de que Darwin matou Deus. Então me vem à pergunta, se diz a bíblia que Deus criou o homem a sua imagem e semelhança, imagino que Adão seja o King Kong só não se escolho a Jessica Lange ou a Naomi Watts para ser a Eva. rsss rsss

Friday, April 16, 2010

Friedrich Ratzel nasceu em Karlsruhe na Alemanha no dia 30 de Agosto de 1844, foi geógrafo e etnólogo.

Fundador do termo Lebensarum (espaço vital) durante sua vida e veio a falecer no dia 9 de Agosto de 1904 em Ammerland, Alemanha.

Contexto histórico

Muitos consideram Ratzel como o fundador da geografia moderna e também pelo estabelecimento da

geografia humana como disciplina.

O que diferenciava Ratzel de outros geógrafos famosos (por exemplo: Alexander Von Humboldt e Karl Ritter) era que ele tinha vivenciado a constituição real do estado nacional da Alemanha. Vários autores dizem que suas ideias só seriam possíveis de serem compreendidas em função da determinada época e sociedade. Ratzel fundou a geografia humana com sua obra antropogeografia em 1882. Ratzel também se envolvia em um projeto estatal em que propõe a legitimação do expancionismo de Otto Von Bismarck (primeiro-ministro da Prússia e do Império Alemão).

Determinismo Geográfico

Ratzel foi considerado determinista geográfico pelo historiador francês Lucien Febvre porem foi dito que ele não contribui para a ciência geográfica. Ratzel deixou bem claro que era contra o determinismo simplista.

Conceito de História

Ratzel acreditava nos conceitos darwinianos sobre a sociedade. Seleção natural entre as comunidades.

Obras

Geografia política

Antropogeografia

Um dos pais da sociologia.

 Émile Durkheim
                  
Émile Durkheim nasceu em Épinal, uma pequena cidade no noroeste da França, na região denominada Alsácia em 15 de abril de 1858. Descendente de Judios, Durkheim iniciou seus estudos filosóficos em Paris e depois na Alemanha. Em sua obra, Durkheim, tenta explicar os fenômenos religiosos a partir de fatores sociais e não divinos como todos faziam em seu tempo.

Auguste Comte deu o nome da teoria que mais tarde Durkheim viria a constituir como uma disciplina rigorosamente científica, a sociologia. Durkheim, em uma de suas obras fundamentais “As regras do método sociológico” definiu com clareza o objeto da sociologia – os fatos sociais. Porém nem tudo que um indiviudo faz é necessáriamente um fato social, para ser fato social ele tem que atender as seguintes caracteristicas.

- O primeiro deles é a Coerção social – a força que os fatos exercem sobre os indivíduos, levando-os a se conformarem às regras da sociedade em que vivem independentemente de sua vontade ou escolha (o idioma adotado, o tipo de formação familiar ou o fato de estar subordinado a um determinado código de leis pré-estabelecido). O grau de coerção dos fatos sociais se torna evidente pelas sanções a que o individuo estará sujeito.

- A segunda característica dos fatos sociais é a Exterioridade e diz que eles existem e atuam sobre os indivíduos independentemente de sua vontade ou de sua adesão consciente, ou seja, são exteriores aos indivíduos. As regras sociais, costumes e leis já existem quando o individuo nasce e ele tem de se adaptar a elas que são instituídas através de mecanismos da coerção social como a educação.

- A terceira característica dos fatos sociais para Durkheim é denominada Generalidade. É social todo fato que é geral, que se repete em todos os indivíduos ou ao menos na maioria deles, por exemplo nas formas de habitação adotadas, modos de comunicação e costumes.

Os fatos sociais podem ser dividos em:
Normal – generalizado pela sociedade ou quando desempenha alguma função importante para sua adaptação ou evolução. Ex: O fato social é normal quando voltado a um tipo social delimitado, ou seja o aborto e o crime é considerado como normal, porque sempre irá existir.

Patológico – põe em risco a harmonia, o acordo, o consenso e, portanto a adaptação e a evolução. Encontra-se fora dos limites permitidos pela ordem social e pela moral vigente.

O Trabalho de classificação das sociedades - como tudo o mais – deveria ser efetuado com base em apurada observação experimental. Guiado por esse procedimento, estabeleceu a passagem da solidariedade mecânica para a solidariedade orgânica como motor de transformação de toda e qualquer sociedade.

Solidariedade mecânica - aquela que predominava nas sociedades pré capitalistas , onde os indivíduos se identificavam por meio da família, da religião, da tradição e dos costumes, permanecendo em geral independentes e autônomos em relação a divisão social do trabalho. A consciência coletiva exerce aqui todo seu poder de coerção sobre os indivíduos .

Solidariedade orgânica - é aquela típica das sociedades capitalistas, onde pela acelerada divisão do trabalho social, os indivíduos se tornavam interdependentes. Essa interdependência garante a união social, em lugar dos costumes, das tradições , ou das relações sociais estrieitas. Nas sociedades capitalistas, a consciência coletiva se afrouxa. Assim, ao mesmo tempo que os indivíduos são mutuamente dependentes, cada qual se especializa numa atividade e tende a desenvolver maior autonomia pessoal.

Durkheim acreditava em uma Consciência Coletiva, diz que o homem é apenas um animal selvagem, e que só se transforma em humano apartir do momento que se torna sociável, quer dizer, aprende hábitos, costumes e valores caracteristicos de um grupo social, para assim poder viver dentro dele.

Ele chamou isso tudo de Socialização, a conciência coletiva é composta de acordo com aquilo que pensamenos, que fica em nossas mentes, e indicam com devemos ser, sentir ou se comportar diante a sociedade. E todos esse fatores ele denomida de Fatos Socias.

Durkheim se distingue dos demais positivistas porque suas idéias ultrapassaram a reflexão filosófica e chegaram a constituir um todo organizado e sistemático de pressupostos teóricos e metodológicos sobre a sociedade. Encontramos em seus estudos um inovador uso da matemática estatística e uma integrada utilização das análises qualitativa e quantitativa. Observação, mensuração e interpretação eram aspectos complementares do Durkheimiano. Ele foi o primeiro a propor-se a tarefa de realizar uma teoria da investigação sociológica e o primeiro a atingir semelhante objetivo, em condições difíceis e com um êxito que só pode ser contestado quando se torna uma posição diferente em face das condições, limites e ideais de explicação científica na sociologia. A sociologia fortaleceu-se graças a Durkheim e seus seguidores.

Principais obras:
- A divisão do trabalho social (1893)
- As regras do método sociológico (1895)
- O suicídio (1897)
- A educação moral (1902)
- As formas elementares da vida religiosa (1912)
- Lições de Sociologia (1912)

Thursday, April 15, 2010

Georg Simmel

Filho de Edward Simmel e Flora Bodstein, Georg filho caçula de sete irmãos casal de descendência judia por ambas as parte. Em 1874 seu pai morre e Julis Friedlãnder, torna-se seu tutor, mais tarde deixa para Simmel uma herança expressiva que o lhe permitiu a seguir a vida acadêmica. Simmel desenvolveu a sociologia formal,influenciado pela filosofia kantiniana Foi um dos fundadores da sociologia alemã, junto com Max Weber e Karl Marx. Judeu, nasceu em Berlim e viveu de 1858 a 1918, época conturbada na Alemanha e no mundo. Pensador fascinante e aventureiro, suas preocupações o levaram a temas como a vida urbana, o dinheiro, a prostituição, a arte, o estilo de vida moderno e as religiões. Fez sociologia dentro do ponto de vista filosófico. Foi representante do movimento filosófico alemão: o neokantismo. Simmel trouxe a Filosofia de Kant para a sociologia. Acreditou que poderia construir uma sociologia com visão unitária, apesar das variedades das relações da sociedade. Diferenciou-se no campo do estudo dos fenômenos sociais por seu interesse pela análise microssociológica, que se refere à investigação da sociedade, a partir das ações e reações dos atores sociais. A sociologia formal é uma perspectiva teórica que está muito próxima da chamada "sociologia da ação", e ambas se contrapõem às concepções teóricas de caráter macros sociológicas, como o estruturalismo, o funcionalismo e o neomarxismo. Simmel concluiu a partir das concepções filosóficas kantianas, que a realidade social é complexa, e até caótica, em relação aos significados. O conhecimento dos fenômenos sociais, que ocorrem imersos nessa realidade e que interessam ao cientista social, só é passível de serem apreendidos (ou compreendidos) mediante a adoção de categorias ou modelos analíticos. As categorias e modelos analíticos servem para ordenar o pensamento de modo que se possa interrogar e interpretar a realidade. Um modelo ou categoria analítica é uma simplificação do real porque opera com base na abstração, num esforço de separação dos fenômenos sociais que estão imersos na complexa realidade social, tanto em seus aspectos sociológicos como históricos. De acordo com Simmel, os modelos e categorias analíticas não são proposições arbitrárias e nem recursos empregados apenas pelos cientistas sociais que interrogam o real, pois são também utilizados pelos próprios indivíduos que integram a sociedade, como recurso de ação e interação social. Principais obras: Filosofia do Amor Questões Fundamentais da Sociologia

Tuesday, April 13, 2010

François quesnay fisiocrasia

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François Quesnay – Fisiocratas

François Quesnay nasceu em 1694. Descendente de proprietários de terras, François foi educado para ser médico e fez fortuna por meio de sua habilidade em medicina e cirurgia, e com isso foi elevado ao posto de médico da corte de Luís XV e Madame de Pompadour. Sua fé no poder curativo da natureza ele leva para suas especulações na área econômica como um preceito de confiança na natureza como capaz de reger também a economia por via das inclinações naturais do homem. Usou seus conhecimentos da área medica para fazer uma analogia do sistema circulatório ou sangüíneo com a economia. Imaginando numa representação gráfica a circulação das riquezas entre as classes econômicas na dinâmica de fluxos. Somente depois dos 60 anos de idade publicou seu primeiro livro no assunto. Com o apoio de Madame de Pompadour, atraiu um grupo de economistas que o viam como seu líder.

Numa reação à excessiva intervenção governamental, surgiu na Europa, na primeira metade do século XVIII, um movimento filosófico-cultural, dando origem à escola fisiocrata na França. Tendo como líder máximo: François Quesnay. Ela ficou conhecida pelo Tableau Economique, ("Quadro Económico"), que Quesnay publicou em 1758.

O sistema de Quesnay foi exposto no seu Tableau économique de 1758, que mostrava esquematicamente as relações entre as diferentes classes econômicas e setores da sociedade e o "fluxo de pagamentos" entre elas. Com o Tableau, Quesnay criou o conceito de equilíbrio econômico. É dele também o conceito de "capital fixo" e "capital circulante" e a noção de que o capital deve constituir uma reserva de riqueza a ser acumulada antes da produção; considerava que a poupança era potencialmente prejudicial porque, não aplicadas, podia perturbar o equilíbrio do fluxo de pagamentos.

O significado de Fisiocracia é "governo da natureza" ou "lei da natureza". A característica de vinculação à natureza tornava a agricultura em base econômica. Contrario aos chamados mercantilistas que colocavam ênfase na indústria e no comércio exterior.

Os fisiocratas acreditavam na existência de uma ordem natural e consideravam que o papel do Estado era o de defender a propriedade e a ordem natural. Afirmavam que a agricultura era a única fonte de riqueza, pelo que devia ser tributada apenas por um imposto único, e defendiam o comércio livre. Os princípios políticos do sistema de Quesnay baseavam-se na doutrina da Lei Natural, representava a ordem econômica de indicação divina. Os pontos fundamentais da doutrina eram o pensamento de que o governo não deveria interferir nas operações econômicas, deixando-as seguir livremente as leis econômicas naturais, acreditando que a terra é a fonte de toda riqueza.

Por volta de 1768 a escola fisiocrata estava em declínio. Em 1774, no entanto, pouco antes da morte de Quesnay, um fisiocrata, Anne-Robert-Jacques Turgot, Barão De L'aulne, ex-administrador da região de Limoges, foi designado Ministro de Administração de Luís XV e propôs um programa administrativo segundo as teses fisiocratas. Em Limoges, Turgot havia obtido grande sucesso com a aplicação de um programa fisiocrata. Como ministro, Turgot organizou um plano largamente fundado nas idéias fisiocratas que defendia, mas seu insucesso na política interna da corte permitiu que seus inimigos impossibilitassem a adoção de suas ideias. Turgot foi demitido em 1776 e os principais fisiocratas foram exilados.

Fontes

COBRA, R.Q. Vultos e episódios da Época Moderna. Disponível em http://bit.ly/cSmPUY

MACHADO, Luis. Conselho Federal de Economia. Viagem pela Economia - 2. Disponível em http://bit.ly/92v45y

MACHADO, Luis. Conselho Federal de Economia. Grandes Economistas V: Quesnay e os fisiocratas. Disponível em http://bit.ly/9m9gss

Gustave Le Bon e Scipio Sighele - Psicologia das Massas

Gustave Le Bon


Nascido na França, Le Bon foi um psicólogo social, sociólogo e físico amador que viveu entre os anos de 1841 e 1931.

Autor de várias obras, formulou teorias de superioridade racial, comportamento de manda, características nacionais, e de psicologia das massas.

Esta última foi a mais importante de sua carreira, e inspirou Freud a escrever uma de suas obras mais conhecidas: Psicologia das Massas e Análise do Eu.

Em Psicologia das Massas (Psychologie des foules) Gustave Le Bon explica que quando o homem se junta a massa perde sua identidade mental e assume a identidade do todo. Regressa a um estado primitivo de pensar e agir, perde sua capacidade crítica .


Em meio a multidão, as pessoas perdem seus padrões morais e suas inibições, tornando-se extremamente emotivas, e este emocionalismo acaba fazendo com que ela se torne irracional. Mas tudo isso sem uma proximidade física.

Após a Revolução Industrial, surgem novos processos de industrialização e o desenvolvimento dos meios de comunicação de massa. Com o crescimento das cidades, novos vínculos coletivos foram se formando. A contratação em massa, os sindicatos, o endeusamento da ciência, levaram a um novo sistema econômico, causando esperança e pessimismo ao mesmo tempo.



 Scipio Sighele

Sighele nasceu em Brescia na Itália, em uma grande familia de juristas. Estudou direito e ficou conhecido por dois artigos publicados na revista de Lombrosso: Archivio di Psichiatria. Reunidos, estes dois artigos originaram sua maior obra: La Folla delinquente, ou A Massa Criminosa, onde analisa os crimes coletivos como as revoltas e os linchamentos.

Segundo ele, as pessoas são capaz de cometer os mais atrozes crimes e em uma velicidade espantosa, quando juntas.  Mas também não há como indicar culpados em meio à multidão. Por mais inteligentes que sejam, as pessoas em conjunto suprimem, e não somam, suas forças.

Um exemplo claro é o caso da estudante Geyse Arruda. Por causa de um vestido considerado inapropriado para uma aluna ir para a faculdade, ela acabou sofrendo hostilidades por parte de seus colegas.








Saturday, April 10, 2010

Organismo Social

Logo após uma aula de Teorias da Comunicação, quando brilhantes pupilos apresentaram seus trabalhos sobre filósofos dos Séculos XVII e XVIII, entrei no ônibus de volta pra casa e fui ler alguns artigos relacionados aos trabalhos.

Bom, estamos estudando que durante a formação das sociedades modernas elas eram vistas como organismos, e a cabeça deste que vos fala começou a pensar nisso logo depois de uns minutos de leitura. Anotei uma frase pensando em tuitar pra eles, mas como a filosofia é feita de perguntas e não de respostas, a coisa vai que vai, e saiu esse post inteiro antes de eu chegar em casa. Ah, a trilha sonora que embalou o raciocínio foi o ábum Presence do Led Zeppelin.

Vamos lá!

Se a sociedade é um organismo, constituído de órgãos interdependentes, e o dinheiro é o que dá vida, como o sangue em um corpo, através de seu fluxo, levando riquezas, proteínas e vitaminas, necessárias a cada órgão de acordo com suas funções, a sociedade atual, capitalista e de concorrência, em que cada participante quer conquistar mais riquezas pela exploração de outro, irá sobreviver? Pensemos num organismo onde o Coração quer todo o sangue para si, enquanto o Fígado também se esforça para tomá-lo para si, e o Cérebro compete com todos os outros pelo sangue e vitaminas... Será esse um organismo saudável?

Será necessário haver uma entidade que promova a harmonia entre os órgãos? Será necessário para o Estado que haja uma entidade similar? Se os órgãos são interdependentes, existe uma inteligência superior que promova tal Justiça? Qual seria o ente que governa o corpo? Procurando uma resposta, me pergunto: Qual a diferença entre um corpo vivo e um morto? Será a Alma, uma consciência racional? Será o Espírito, uma entidade diretamente ligada à natureza como um todo?

Por outro lado, talvez os órgãos possam gerir eles mesmos esses fluxos. Bastaria que eles tivéssem consciência do organismo como um todo, da sua interdependência, e a noção de Justiça. Cada órgão com sua inteligência, baseada na temperança, trabalhando pelo organismo em si. No corpo social, que instituição teria poder para definir as leis de regulação, distribuição, e controle, os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário? No caso da autorregulação, as empresas e instituições precisariam dessa visão do todo e de interdependência, a consciência do seu papel para a sobrevivência saudável da sociedade.

Porém, a sociedade é feita de pessoas e tais entidades devem ser constituídas por elas. Que tipo de indivíduos poderiam regular, distribuir e controlar esse organismo para que se mantenha vivo e saudável? Quais características devem ter tais pessoas para que não exerçam suas funções em defesa de interesses próprios ou de órgãos específicos? Imagine se o Cérebro prometer grandes recompensas à um governante o favoreça. Isso seria a chamada corrupção. Que tal um chefe de família que usa seus filhos e cônjuge para benefício próprio? Pensemos bem, quais qualidades são necessárias para governar um grupo?

Caso não haja pessoas com tais virtudes, a entidade de governo tende a ser impessoal, a natureza, ou imaterial, uma divindade. Qualquer que seja, há que se conhecer suas regras para poder seguí-las e manter nosso organismo social vivo e saudável. Como podemos descobrir tais leis? Se descobrirmos as leis naturais ou as divinas, os seres que seguirem tais leis serão livres para viverem suas vidas sem qualquer tipo de governo? Que tipo de Ciência poderá desvendar as leis da natureza para que possamos seguí-las?

Caso as leis sejam divinas, regidas por uma entidade sobrenatural, como podemos ter acesso à elas? Existem porta-vozes de Deus na Terra? Eles são humanos? Se a entidade é sobrenatural, sobra que a natureza está sob tais regras. Será que podemos encontrar tais Leis Divinas somente pela observação da natureza? Se fazemos parte da natureza, será que ao observarmos à nós mesmos, com bastante cuidado e atenção, teremos acesso às leis divinas? Se pudéssemos encontrar tais leis dentro de nós mesmos, seríamos, então, porta-vozes de Deus na Terra? Se tais leis são divinas, sobrenaturais, portanto sobrehumanas, estão acima do meramente pessoal e valem para todas as coisas. Se alguém encontra tais leis e percebe-se livre de toda e qualquer forma de controle, não desejaria isso para aqueles que ama? Imagine um mundo no qual todas as pessoas conhecem a si mesmas e as leis universais, dispensando qualquer tipo de controle... seria uma completa Anarquia!


Bom, fico feliz que tenha vindo até aqui comigo. A curtição foi escrever durante o caminho de casa. E pensar que alguém perguntou, hoje na sala, se eu preferia andar de ônibus ou dirigir uma camionete chique. Seria arriscado dirigir e escrever ao mesmo tempo!  :)

Sugestões e comentários são sempre bem vindos!
Salute!

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Friday, April 9, 2010

Jean Gabriel Tarde - Era dos públicos

Jean Gabriel Tarde nasceu em Paris, em março de 1843 e morreu em 1904. 

Gabriel em 1860 é formado em Letras, depois bacharelato em Ciências, terminando os estudos sofre uma crise oftalmológica que o obriga a viver em locais sem iluminação. Mesmo assim tentando superar sua doença se inscreve na Faculdade de Direito de Toulouse, depois transferindo para Paris, onde inicia uma devoção mística a Santa Teresa de Ávila. Neste tempo surgem poemas, faz longas caminhadas e desperta a intuição filosófica ao ler: Hegel, Leibniz e Cournot. Em 1866 termina o curso de direito e em 1867 inicia na magistratura: secretário do juiz de Sarlat, vira juiz suplente e finalmente juiz de instrução. Neste mesmo período desaparece sua doença oftalmonológica.

A era do público

(A actividade intermental comunicacional é o momento da intersubjetividade.)

Jean Gabriel é o primeiro sociólogo a se ocupar dos conceitos de "públicos" e opinião, na linha geral da psicologia social. Para Tarde o público constitui um modelo de descrição das relações sociais fundado na psicologia das multidões. O público apesar de surgir das multidões é reforçada pela possibilidade de se poder pertencer a vários públicos num mesmo tempo, sem ser possível pertencer a várias multidões num mesmo contexto temporal. Tarde propõe uma definição simplificada de público: "uma colectividade puramente espiritual, como uma dispersão de indivíduos fisicamente separados e entre os quais existe uma coesão somente mental". O conceito de público nasceu no século XVI com o desenvolvimento da tipografia.

Inicialmente o público era restrito, constituído por poucos eruditos que liam as gazetas e se reuniam em salões, cafés e clubes, paralelo a este público existia uma multidão monstruosa de pessoas que se manifestavam nos acontecimentos políticos e socioeconômicos(coroações, festas, revoltas). No decurso do século XVIII, a especialização dos públicos é um fato, surge um público filosófico, a par de um público científico e literário, na segunda metade do século XVIII surge o público político que reuni todos os outros públicos. A revolução de 1789 contribuiu para o progresso do jornalismo, que se especializa na crítica ao novo regime, e dos publicistas que se afirmam como líderes de público.

No século XIX e principio do século XX, o desenvolvimento da imprensa amplia o universo do publico e publicistas, a expansão seria impossível sem a co-existência de três grandes invenções: a tipografia, o telégrafo e o caminho de ferro. Para tarde, as multidões são um reflexo do passado constituindo a segunda forma mais antiga de coletividade e estão condenadas a ser substituídas pelos públicos, na medida em que não promovem a ação discursiva. Valoriza-se, assim, o público que se situa num estádio evolutivamente superior em relação à multidão. Deste modo, vive-se na era dos públicos e não na era das multidões como defendia Le Bon.

Obras

  • La criminalité comparée (1890)
  • La philosophie pénale (1890)
  • Les lois de l'imitation (1890)
  • Les transformations du droit. Étude sociologique (1891)
  • Monadologie et sociologie (1893)
  • La logique sociale (1895)
  • Fragment d'histoire future (1896)
  • L’opposition universelle. Essai d’une théorie des contraires. (1897)
  • Écrits de psychologie sociale (1898)
  • Les lois sociales. Esquisse d’une sociologie (1898)
  • L'opinion et la foule (1901)
  • La psychologie économique (1902-3)

Thursday, April 8, 2010

Hebert Spencer

Herbert Spencer

Biografia

Nasceu em Derby na Inglaterra, em 1820, e desde adolescente mostrou ter uma personalidade anti conformista. Aos 13 anos tentou fugir da educação oferecida pelo tio que era pastor protestante, mas teve que voltar a escola, onde se manteve até os 16 anos.

Depois disso deu continuidade a sua formação sozinho, com leituras concentradas acima de tudo na ciência.

Trabalhando como engenheiro ferroviário, paralelamente, começou a publicar artigos onde já defendia suas idéias liberais.

Em 1848, tornou-se subeditor da revista The Economist, onde trabalhou até 1853. Quando recebeu a herança de seu tio, resolveu a se dedicar apenas em escrever livros – atividade de manteve até sua morte.


Darwinismo Social

Tese das diferenças raciais entre os seres humanos

  • Controle da demografia humana da possível inferioridade dos povos negros, principalmente no que se refere a inteligência, a alta taxa de criminalidade, é o combate contra a miscigenação.
  • Segundo estes pensamentos, existem características biologias e sociais que enquadram se as pessoas são mais aptas.
  • Padrões de indício de superioridade: poder aquisitivo ($) , habilidade em ciências humanas e exatas derivadas em outras ciências como a arte.

Sociedade orgânica

Spencer baseou-se na doutrina do evolucionismo ( possivelmente influência De Darwin ) para elaborar sua teoria sociológica, Afim de identificar a Sociedade como organismo biológico: tanto a sociedade como os organismos Se distinguem da matéria inorgânica pelo crescimento visível durante sua Existência.

Ele compreendia que a sociedade funcionava através de dois organismos: Distribuidor e o regulador.

  • o distribuidor seria aquele que trás substancias “nutritivas“ , seriam as estradas, canais, ferrovias. Que trazem a informação de fora.
  • o regulador funciona como o sistema nervoso, ele absorve a “substancia nutritiva” , ou seja, a informação executa o seu papel através das mídias, Distribuindo as informações para as periferias como impulsos nervosos.

John Stuart Mill

"As ações são corretas na medida em que tendem a promover a felicidade, erradas na medida em que tendem a promover o reverso da felicidade."

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Para começar, um pouco de sua vida...

  • Stuart Mill era filho do filósofo e historiador James Mill.
  • Aos 3 anos de idade, iniciou seus estudos de grego, latim, matemática e filosofia.
  • Aos 11 anos auxiliou o pai na revisão de sua obra mais importante sobre a história da Índia e aos 13 iniciou seus estudos de economia.
  • Em 1821, começou a estudar direito.
  • Em 1830, conheceu Harriet Hardy Taylor, ativa defensora dos direitos da mulher. Com quem se casou e foi de grande importância na construção de suas idéias e obras.
  • Alguns anos depois do falecimento da esposa, ocupou uma cadeira no Parlamento inglês e, em seguida, retirou-se da vida pública.
  • Faleceu em 1873.

Contexto

Quando Stuart Mill escreveu "A Liberdade" (1850), falando sobre a liberdade econômica e moral do indivíduo sobre o Estado, a Inglaterra era uma sociedade extremamente conservadora. Sendo assim, Mill foi visto como radical.

Alguns dos movimentos que Stuart Mill participou, na luta por maior liberdade, foram:

  • Feminista
  • Cartista
  • Abolicionista

Movimento feminista: Trouxe a primeira lei que assegurava à mulher casada o direito a propriedade: o Acto de Propriedade da Mulher Casada.

O movimento cartista: Foi um movimento de reforma social que lutava pela expansão da participação política para a classe operária.

Os principais objetivos do movimento Cartista foram:
  • Um voto para cada homem (sufrágio universal masculino).
  • Voto secreto.
  • Eleição anual.
  • Remuneração restrições para os parlamentares.
Movimento abolicionista inglês: A grande expansão econômica mundial fortalecia a economia inglesa e o crescimento do Império, enquanto a segunda revolução industrial se expandia para os outros países europeus.

Quando Mill faleceu, o processo de industrialização Inglês encontrava-se bastante consolidado.
Nessa época, a concentração de renda da população britânica demonstrava que os interesses individuais eram muito maiores que os interesses gerais.

Assim sendo, a preocupação que antes se concentrava basicamente nos aspectos ligados à produção passou a dar prioridade à distribuição da riqueza. Esta foi uma característica apresentada por Stuart Mill que se tornou a marca do pensamento econômico no final do século XIX.

No entanto, apesar de ser considerado um dos principais estudiosos da economia, não foi devidamente reconhecido por não ter conseguido consolidar de maneira efetiva as suas ideias, que foram melhoradas ao longo dos anos por economistas e pensadores posteriores.

Principais idéias e contribuições

As contribuições de Stuart Mill foram principalmente nos campos da Economia e da Política.

Foi um defensor do utilitarismo, junto com seu padrinho Jeremy Bentham, quem propôs os primeiros fundamentos desta teoria.

No campo da política Mill pode ser considerado um autor de transição entre o pensamento econômico antigo e o pensamento econômico moderno. Na tentativa de conciliar ideias socialistas com seus fundamentos utilitaristas Mill fez uso de uma relação entre a religião e a moral, na qual admitiu que o aperfeiçoamento intelectual do homem serve de base ao desenvolvimento social.
Mill seguiu o caminho de um liberalismo extremo muito próximo do anarquismo.

Por estas razões Mill pode ser considerado um autor de transição entre o pensamento econômico antigo e o pensamento econômico moderno. Stuart Mill parte da experiência como base de todo conhecimento, portanto, utiliza a indução como método científico.

Indução: é a formação do conhecimento originada da experiência.

Enfatizava a busca pela felicidade.

Principais obras:
  • Sistema de Lógica Dedutiva (1843)
  • Princípios de Economia Política (1848)
  • A Liberdade (1859)
  • Utilitarismo (1861)
  • O Governo Representativo (1861)
  • Sujeição das mulheres (1869)

Resumo

Claude Henry de Saint-Simon




 SAINT- SIMON


                  
    Claude-Henri de Rouvroy, Conde de Saint-Simon, nascido em Paris, no dia 17 de outubro de 1760. Foi um filósofo e economista francês, um dos fundadores do socialismo moderno e teórico do socialismo utópico.
         
   Saint-Simon se dizia sobrinho do Duque de Saint-Simon, memoralista do século de Luís XIV. Aos dezessete anos entrou para o exército, onde combateu como capitão da artilharia em Yorktown na Guerra de Independência dos Estados Unidos, de 1779 a 1783.
    Em seu retorno a França, abandonou o título de nobiliárquico e aderiu à revolução. Foi contra a violência revolucionária, pois foi preso durante a fase do Terror (Revolução Francesa). Após sua participação na Revolução, fundou o jornal L'Industrie. Acabou criticando o Iluminismo, pois dizia que não ia a fundo às condições históricas e sociais da sociedade.
    Durante a Revolução Francesa, permaneceu na França, vivendo de recursos emprestados por um amigo. Comprou por baixo preço terras recentemente nacionalizadas pelo governo revolucionário. Esteve preso no Palácio de Luxemburgo  mas, tendo sobrevivido ao Reinado do Terror, achou-se enormemente rico com a grande valorização de seus bens. Passou a viver uma vida de esplendor e prazeres, recebendo pessoas proeminentes de todas as áreas de atividade, em seus luxuosos salões. Os gastos desordenados o levaram, dentro de alguns anos, à beira da falência, onde por um acesso de desespero tentou matar-se com uma pistola mas conseguiu somente perder um dos olhos.

    Aos 40 anos voltou a estudar na Escola de Medicina e na Politécnica. Só em 1802 começou a escrever sobre Política, Filosofia e Economia, e no mesmo ano publicou seu primeiro trabalho, no qual trazia a concepção de uma nova religião.
    De 1805 a 1810 passou por sérios problemas financeiros, indo morar com um ex-empregado, mas ainda continuou a escrever formando um grupo fervoroso denominado Saint-simonista, do qual muitas pessoas influentes como Auguste Comte, Barthélemy, Prosper, Enfantin e Saint-Amand Bazard participaram.
    Mesmo sendo contra a Igreja, possui algumas obras de inspiração religiosa. Nesse final de sua vida obteve uma vida tranqüila economicamente, graças às pessoas que participavam de seu grupo, até sua morte.
    Considerado um notável socialista utópico, durante toda sua vida Saint-Simon devotou-se a uma série longa de projetos e publicações com que procurou ganhar apoio para suas idéias sociais. Como um pensador, se diz que faltava a Saint-Simon sistema, clareza e coerência, mas sua influência no pensamento contemporâneo, especialmente nas ciências sociais, é reconhecida como fundamental. Aparte os detalhes de seu ensinamento socialista, suas idéias principais são simples e representaram uma reação contrária ao derramamento de sangue da revolução francesa e do militarismo de Napoleão. Propôs também que os estados da Europa formassem uma associação para suprimir a guerra. Haveria uma Europa unida, com um parlamento europeu e um desenvolvimento comum da indústria e da comunicação. Previu corretamente a industrialização do mundo, e acreditou que a ciência e a tecnologia resolveriam a maioria dos problemas da humanidade.

     A contribuição grande de Saint-Simon ao pensamento socialista foi sua insistência no dever
do Estado de planejar e organizar o uso dos meios de produção de modo a se manter continuamente a par das descobertas científicas, e a sua insistência na função de governo dos peritos industriais e administrativos, e não dos políticos e dos meros "homens de negócio". Conforme à sua oposição ao feudalismo e ao militarismo, Saint-Simon advogou um esquema segundo o qual os homens de negócios e outros líderes industriais controlariam a sociedade; propunha uma ditadura benevolente dos industriais e dos cientistas para eliminar as iniqüidades do sistema liberal inteiramente livre. A direção espiritual da sociedade estaria nas mãos dos cientistas e engenheiros, os quais assim tomariam o lugar ocupado pela Igreja Católica Romana na idade média européia.

    O que Saint-Simon desejava, em outras palavras, era um estado industrializado dirigido pela ciência moderna, no qual a sociedade seria organizada para o trabalho produtivo pelos homens mais capazes. O alvo da sociedade seria produzir as coisas úteis à vida. Suas obras revolveram em torno da idéia de que sua época sofria de um individualismo doentio e selvagem resultante de uma quebra da ordem e da hierarquia.          Mas afirmava que a época continha também as sementes de sua própria salvação, que deviam ser buscadas no nível de crescimento da ciência e da tecnologia e na colaboração dos industriais e dos técnicos que tinham começado já a construir uma ordem industrial nova. A união do conhecimento científico e tecnológico à industrialização inauguraria o governo dos peritos. A nova sociedade não poderia nunca ser igualitária, Saint-Simon sustentava, porque os homens não foram dotados igualmente pela natureza. Saint-Simon não era um "igualitário" estrito, um sentido em que parte de seus seguidores haveria de radicalizar suas idéias.


    Saint-Simon é considerado um dos fundadores da Sociologia, que estaria sendo sustentada por duas forças opostas: orgânicas (estáveis) e críticas (mudam a história). Só a sociedade industrial poderia acabar com a crise que a França passava. Este autor ainda marca a ruptura com o Antigo Regime. Para Saint-Simon, a Política era agora a ciência da produção, porém a Política vê seu fim com a justiça social.

    A obra principal de Saint-Simon é New Christianity (Novo Cristianismo), (1825). Nele declara que a Religião tendia a melhorar a condição de vida dos mais necessitados. Ele morreu no ano da publicação desse livro, no dia 19 de maio. Em três anos seus seguidores tinham desenvolvido o que podemos chamar de um culto quase religioso baseado na interpretação das suas idéias, e difundiram as suas idéias através da Europa e América do Norte, influenciando socialistas e outros românticos do início do século XIX, como Sainte-Beuve, Victor Hugo e George Sand.
 Outras de suas obras:
        1802 - Lettres d'un habitant de Genève à ses contemporains;
        1803 - Un rêve;
        1807 - Introduction aux travaux scientifiques du XIXème;
        1810 - Esquisse d'une nouvelle encyclopédie;
        1813 - Travail sur la gravitation universalle;
        1814 - De la réorganisation de la sociéte européene (em colaboração com A. Thierry);
        1813-1816 - Mémoires sur la science de l'homme;
        1817 - L'industrie ou discussions politiques, morales et philosophiques, dans l'intérêt de tous les hommes livrés à des travaux utiles et indépendants;
        1819-1820 - L'organisateur;
        1821 - Le système industriel;
        1823 - Le catéchisme des industriels;
        1825 - Opinions littèraires, philosophiques et industrielles.